...Einstein...

Pelo sexto aniversário a Inês pediu como prenda de anos uma tartaruga, foi duas semanas antes. No fim de semana seguinte ao seu aniversário, quando esteve novamente com o pai, e ao receber a tartaruga como prenda recusou levá-la para casa, mesmo tendo brigado com a Rita para a segurar no caminho até minha casa. Batizaram-na de Einstein. O motivo que a Inês invocou para não a levar era o facto de ser um animal muito perigoso, feio, e muito barulhento. Einstein está bem de saúde, foi criada com todo o carinho pela Ana Lúcia por muito tempo, ela sabia o que representava para mim aquela tartaruga. Alguns anos depois passou a viver num pequeno lago na Ponte da Mata, cuidada em especial pelo meu sogro que adora animais. Cresceu em demasia, o lago tornou-se pequeno, esteve sempre só...Hoje está cá na aldeia numa outra casa, foi acolhida por outra familia, um outro menino, vive feliz num lago grande juntamente com outras tartarugas, está bem, só que nenhuma destas famílias da Ponte da Mata, deveriam ser a sua familia.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
o tempo não volta atrás...o que se perdeu, perdeu-se para sempre...
Esta é uma grande certeza...o tempo não volta atrás...o que se perdeu, perdeu-se para sempre...
Venho pôr hoje aqui um "post" ao fim de tanto tempo sem publicar nada, pois algo de relevante aconteceu; hoje o processo requerido por mim em 2007 no Tribunal de familia e menores de Coimbra chegou ao fim, sendo arquivado. Na minha opinião ao longo do tempo as decisões tomadas pelo tribunal não foram as mais apropriadas, os acompanhamentos dados ao processo pelas diversas entidades (CPCJ, EMAT, NUSIAF, CEIFAC, e até o INML), também não foram conduzidos da melhor forma e como consequência, ausência de resultados positivos; na minha opinião nem era assim tão dificil mas as entidades por onde passou este processo têm metodologias demasiado rigidas e inflexiveis, apenas se ouvem a si próprias procurando formatar opiniões e posições ignorando a opinião dos intervenientes, decifrando aí formas e caminhos para uma aproximação de posições.
O tempo passou e nada aconteceu, todas as partes perderam algo, eu perdi a oportunidade de desempenhar saudavelmente o meu papel de pai, também não consigo vislumbrar algo que a mãe possa ter ganho e o que é mais grave é que as minhas filhas perderam imenso neste diferendo que não foi possivel resolver até hoje. Quando olho para trás vejo um vazio de motivos para celebrar o que quer que seja por quem quer que seja. Não me é possivel expressar aqui o que foram sentindo as minhas filhas, ou até mesmo a mãe, sei que para mim chegar até aqui foi muito doloroso, com muitos momentos de tristeza e angústia; os momentos mais dificeis foram sempre as datas especiais como aniversários, dia do pai, natal, etc. Ao longo de todos estes anos nunca desisti de lutar pela normalização da minha relação com as minhas filhas, procurando interagir com elas, tarefa sempre muito dificultada pela minha filha mais velha a Rita; (ironia do destino é que quando a rita era pequenina, após o nascimento do primo João a Rita passou a ser posta em 2º plano pois já não era a criança mais nova, teve sempre que se sujeitar a muitas situações, eu, nessa altura passei a ser o protector da Rita e penso até que foi nesta altura que a nossa relação esteve mais forte); alguns anos depois nasceu a Inês, nessa altura o meu coração teve de dividir-se em dois, em duas partes iguais, pois amo igualmente cada uma das minhas filhas. O tribunal arquivou o processo, até posso entender que nesta altura o tenha feito, pois se não agiu devidadamente quando seria recomendavel, hoje tenho a noção que pouco mais haverá a poder ser feito para já, e como nos causou imenso desgaste e cansaço, aceito que esta será a medida mais acertada de todas até hoje. Há no entanto no texto que recebi do tribunal algumas palavras que podem bem resumir qual a real vontade de resolver o conflito e que passo a transcrever; "Como também observa e conclui o Exmº Sr. Procurador, mostram-se estarem esgotadas as diligências com vista à reaproximação das menores ao seu progenitor.
Estando em causa um incidente de incumprimento, resulta que relativamente à requerida, objectivamente, nada pode ser imputado, não se comprovando estarmos perante um incumprimento ilegitimo do direito de visitas fixado. Todavia, verifica-se que efectuado o diagnóstico da situação, o apurado impasse uma verdadeira e honesta mudança real da posição dos adultos, no que o progenitor investiu genuinamente, já se não podendo dizer o mesmo da progenitora, que sempre revelou sentir-se confortável com a situação. Não se ignorando não ter ainda ultrapassado" sentimentos de revolta e o inconformismo provocados por uma separação que não foi desejada por si, no sentido de fazer, definitivamente, o luto do seu casamento e ser capaz de dar uma nova dimensão à sua vida pessoal", não tendo capacidade, nem vontade para pacificar a relação com o ex-marido.-vd. fls.259 vº.
Assim, apesar de se entender, pelas razões aludidas, inexistir objectivamente imcumprimento por parte da requerida, não podemos deixar de lhe imputar as custas do processo, face á passividade demonstrada, determinante deste desfecho processual.".
Volto a frisar que ninguém ganhou rigorosamente nada, mas pelo menos ficou registado que eu, o pai, estive sempre disponivel para mudar o que fosse necessário com o objectivo de melhorar a relação com as minhas filhas; eu não tenho a menor duvida que tenho estado de coração aberto procurando as melhores condições para tal, mas aceito que as minhas filhas possam ter algumas dúvidas por tudo o que lhes vão dizendo. No futuro quando crescerem, quando forem adultas irão ter aqui neste documento uma prova da luta do pai, apenas por aquilo que sempre lutei ou seja ser pai.
Já hoje em dia se devem interrogar algumas vezes ao olharem para trás e encontrarem uma mão cheia de nada, no que toca ás profecias da desgraça; tudo o que de mau lhes foram transmitindo do pai, não passaram disso mesmo professias da desgraça, mas que nunca aconteceram nem vão acontecer. Sinto que esta história não acabou, não pretendo nem desejo vingar-me de rigorosamente nada, pois como já disse ninguém ganhou nada, ninguém me vai voltar a a trazer de volta os momentos de trsteza pelos quais já passei, mas tenho de acreditar que ainda é possivel melhorar alguma coisa no actual estado das coisas, e para tal estarei sempre disponivel.
Filhas, para vós o facto de eu nunca desistir de lutar por vós é incomodativo pois têm uma visão que não é correcta de toda esta situação; continuarei a ser assim incomodativo aos vossos olhos para já, mas sei que um dia mais tarde irão entender e até ter orgulho da resistência do vosso pai pois irão perceber o quanto vos amo realmente.
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