...sentir o que já senti, viver o que já vivi, sentir o que ainda sinto, são sensações que não conseguirei fazer com que percebam o quanto tem sido e ainda é dificil para mim viver a vida sem poder acompanhar o dia a dia de minhas filhas... não foi o que planeei quando nasceram, também nunca poderia pensar que teria de passar por isto a verdade é que estou vivendo, com um enorme sofrimento e angustia sem que nada possa fazer. Já bati a tantas portas, baterei a todas as que ache que seja possível encontrar soluções, se é que elas existem.
Minhas filhas odeiam-me, como se tivesso cometido um crime sem perdão, e eu apenas me separei da mãe delas não delas, mas não compreendem as diferenças; resta-me aguardar mesmo que a espera seja dificil, um dia perceberão, até lá vamos todos perdendo momentos e vivências que nunca mais se poderão recuperar; por esta razão nunca poderei perdoar de maneira nenhuma ás pessoas que têm promovido todas estas dificuldades, porque tais atitudes não têm perdão, e é cá que terão de pagar um dia, se Deus existe...
Minhas filhas, continuarão a ser eternamente as minhas meninas, ignorarei as palavras rudes que me dirigem, pois sei que que são ditas da boca para fora apenas com o intuito de me magoar; é claro que me magoam, espero apenas ser forte o suficiente para aguentar todas estas atrocidades. O meu coração estará aqui, esperando que um dia o vosso coração possa vislumbrar o amor que sinto por vocês, minhas princesas...Rita e Inês...
...Einstein...

Pelo sexto aniversário a Inês pediu como prenda de anos uma tartaruga, foi duas semanas antes. No fim de semana seguinte ao seu aniversário, quando esteve novamente com o pai, e ao receber a tartaruga como prenda recusou levá-la para casa, mesmo tendo brigado com a Rita para a segurar no caminho até minha casa. Batizaram-na de Einstein. O motivo que a Inês invocou para não a levar era o facto de ser um animal muito perigoso, feio, e muito barulhento. Einstein está bem de saúde, foi criada com todo o carinho pela Ana Lúcia por muito tempo, ela sabia o que representava para mim aquela tartaruga. Alguns anos depois passou a viver num pequeno lago na Ponte da Mata, cuidada em especial pelo meu sogro que adora animais. Cresceu em demasia, o lago tornou-se pequeno, esteve sempre só...Hoje está cá na aldeia numa outra casa, foi acolhida por outra familia, um outro menino, vive feliz num lago grande juntamente com outras tartarugas, está bem, só que nenhuma destas famílias da Ponte da Mata, deveriam ser a sua familia.
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