...Einstein...

...Einstein...
Pelo sexto aniversário a Inês pediu como prenda de anos uma tartaruga, foi duas semanas antes. No fim de semana seguinte ao seu aniversário, quando esteve novamente com o pai, e ao receber a tartaruga como prenda recusou levá-la para casa, mesmo tendo brigado com a Rita para a segurar no caminho até minha casa. Batizaram-na de Einstein. O motivo que a Inês invocou para não a levar era o facto de ser um animal muito perigoso, feio, e muito barulhento. Einstein está bem de saúde, foi criada com todo o carinho pela Ana Lúcia por muito tempo, ela sabia o que representava para mim aquela tartaruga. Alguns anos depois passou a viver num pequeno lago na Ponte da Mata, cuidada em especial pelo meu sogro que adora animais. Cresceu em demasia, o lago tornou-se pequeno, esteve sempre só...Hoje está cá na aldeia numa outra casa, foi acolhida por outra familia, um outro menino, vive feliz num lago grande juntamente com outras tartarugas, está bem, só que nenhuma destas famílias da Ponte da Mata, deveriam ser a sua familia.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

...Outra visão das coisas...

Olá Ricardo, se aqui vieres, quando vieres, este comentário é porque fiquei a pensar em tudo isto com uma outra visão, o meu sofrimento que não é nada tido em conta pelas instituições.
Ao longo do tempo não me tenho preocupado muito comigo, pensei sempre nas minhas filhas e, no superior interesse das crianças... essas coisas bonitas que dizem, mas pelas quais não zelam, falo dos tribunais e das instituições que fazem uma suposta mediação; fui pensando nas crianças e nunca me lembrei do quanto tenho sofrido, porque os métodos têm sido desajustados, não sei se não sabem ou não querem ver, sei também que se forçar muito vão dizer que o problema está nos adultos, que têm ainda problemas por resolver, mas eu pergunto: -Não terei eu direito ao contraditório? será que terei que concordar com metodologias que até hoje não levaram a lado nenhum? Quanto tempo mais terei de esperar que os tribunais e as instituições façam com que se cumpra a lei? Se por um lado se recusam a averiguar dizendo que não lhes compete fazer investigação, por outro cooperam com quem prevarica, e ainda me põem nessa situação que é fazer visitas atrás do vidro, agora ainda ter ainda a mãe ao meu lado, entro a 10 minutos do fim, as minhas filhas rejeitam interacção comigo, e no fim quando se reunem outra vez com a mãe, ela ainda manifesta para com as filhas, uma reacção de carinho, como quem diz: -safaram-se bem parabéns, tudo com a conivência das técnicas; se não é assim que se passa é assim que interpreto.
Talvez, esteja mesmo na hora de dar a conhecer ao mundo o meu caso, porque se os tribunais e as instituições não conseguem cumprir com o seu papel, que seja a opinião publica a fazer o seu juizo, porque aí tudo se leva mais a sério e ao pormenor. É triste que assim tenha de ser, mas já estou cansado de esperar por algo que não acontece, porque não existe vontade nem coragem para tomar as decisões certas, infelizmente assim é no nosso país.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

...porque a vida nem sempre é como pensamos...

Hoje, vou escrever ao cpcj, e também ao tribunal; acho que deverei de vez em quando fazer informação ás instituição que de alguma forma vão acompanhando ou acompanharam o nosso processo. Continuo a achar que violência psicológica é violência, devendo as pessoas que a promovem ser penalizadas ou no caso de estarem doentes devem ser tratadas. Não posso aceitar que se continuem indefenidamente a manipular crianças contra o pai, só porque se tem dele um ódio de morte, os filhos precisam igualmente do pai e da mãe. Não ponho nem nunca pus em causa que possa até ter sido um marido menos bom, aceito, mas não fui nunca um mau pai, como tal não encontro razões para as minhas filhas me tratarem da forma que tratam. Continuo o caminho que é duro, por vezes triste e sem vontade de continuar, mas um novo fôlego regressa sempre, procurando encontrar aquela pequenina luz, que está lá bem no fundo do tunel, que nos faz seguir aos apalpões, por vezes também tropeçando...porque a vida nem sempre é como pensamos...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

...Angustiado...

Hoje estou triste, passou ontem um programa na Sic na Grande Reportagem que me deixou assim, pois relatava a história de duas familias em que existe sindrome de alienação parental e o programa mexeu comigo. Vi o olhar de raiva duma suposta mãe , mas que de mãe não tem nada, e revi-me no pai; senti nesta reportagem que o meu caminho, não está nem de perto, nem de longe a chegar ao fim, senti que as dificuldades continuarão a ser mais que muitas porque infelizmente as insttituições não funcionam em Portugal. Gostaria que todas as instituições pudessem ver o que não conseguem ou não querem ver. Sinto uma revolta interna, gostava imenso de poder fazer alguma coisa mas não sei o que posso fazer, é como se estivesse de pés e mãos atadas. Continuarão a existir e a cometer-se atrocidades como estas contra crianças, promovidas principalmente pelas mães mas também por alguns pais, sem que nada se faça, aos olhos de todos porque infelizmente mesmo aqueles que vêem mais de perto estas situações, evitam meter-se ou intervir porque é mais fácil virar a cara para o lado e evitar o conflito.
Começo a pensar que o melhor caminho, talvez possa ser mesmo, esquecer de vez, fazer mesmo o luto como se as minhas filhas tivessem mesmo falecido, porque sinto que de nada valerá tanta espera e tanto desespero, mas filhas amar-vos-ei para sempre e talvez depois , um dia vos encontre num outro local, numa outra vida...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

...esperando, aguardando, por vezes desesperando...

Já lá vão 5 sessões no Nusiaf e pouco ou nada se conseguiu. Eu até já estou satisfeito em visionar as minhas filhas atrás do vidro, antes eu nem as via. Nesta altura a estratégia é não falarem comigo de maneira nenhuma, evitarem a todo o custo qualquer tipo de interacção comigo; se por um lado é muito triste para mim este tipo de atitude, por outro lado acaba por ser positivo pois finalmente as psicólogas começam a perceber melhor o que se está a passar. Gostava imenso que tudo fosse bastante diferente, não sei mais qual o tipo de reacções que deverei ter com as minhas filhas principalmente com a Rita, pois a Inês limita-se a fazer uma colagem ás atitudes da irmã, mas também já não faço mais qualquer tipo de planos, limito-me a aguardar serenamente por dias melhores. Ao fim de mais de três anos de separação das minhas filhas sinto que muita coisa mudou, principalmente na minha forma de estar na vida, os meus projectos e ambições são bem distintos do que eram há uns tempos atrás. Sei que nada é definitivo na vida e a mim resta-me esperar mesmo que por vezes esperar signifique desesperar.Filhas vocês serão minhas filhas eternamente, mesmo quando eu já cá não estiver, ficarão no meu coração eternamente com toas as vossas virtudes e os vossos defeitos porque é assim que eu penso a minha condição de pai.