Pois é, o verão lá passou e tudo se encontra rigorosamente na mesma; continuam as minhas filhas distantes do pai, como se eu tivesse cometido um qualquer crime; as nossas vidas resumem-se apenas a uns telefonemas que faço mas onde nunca há a menor hipotese de existir algum tema de conversa, apenas consigo saber que tudo está bem pelo que as meninas dizem; como habitual também no periodo em que estiveram elas de férias não consegui estabelecer qualquer contacto, pois o telemóvel da Rita estava sempre desligado e quando tentei ligar fora da hora habitual, apesar de ligado nunca atenderam, foram 2 semanas onde não consegui qualquer contacto...enfim...mais do mesmo... Eu por mim, tive umas boas férias, passei por locais lindissimos, como por exemplo o Portinho da Arrábida, e com uma mágoa enorme de não estarem comigo, pois sei que iriam adorar...ai troia, ai Lagoa sto André... como elas se iriam apaixonar por aqueles locais,mas enfim, não foi possivel, talvez um dia...
Setembro já lá no final do mês, vai haver uma conferência de pais no tribunal de menores, não posso pôr expectativas demasiado altas, até porque o que está a ser sugerido pelo EMAT é uma nova fase no NUSIAF, (no qual eu nada confio), mas lá irei com algumas esperanças de que algo de positivo se consiga,até porque nesta altura é fácil, chegado ao ponto que chegámos; tudo está tão mau que qualquer coisa boa por muito pequena que seja será óptima.
Quanto ás minhas filhas, espero que tudo esteja bem, eu fui lá á porta de casa, um destes dias apenas para as ver e para lhes levar algum dinheiro para comprarem umas mochilas para a escola que foi o que me pediram, aliás é apenas para isto que serve o pai, pagar pensão alimentos, pagar ATL da Inês e para um ou outro pedido que fazem de vez em quando mas que até são poucos, são é normalmente dispendiosos, como consolas, etc; quando lá fui esperava que baixassem um pouco as armas, até porque tenho estado apenas espectante, tranquilo, mas não o clima é sempre de enorme tensão, os seus olhares são como lâminas, sinto sempre que sou para elas neste momento a pior pessoa á face da terra, como é triste viver esta forma de ser pai...
Não sei se algo se irá alterar um dia, não foi assim que sonhei ser pai, mas aqui estarei á procura de soluções positivas, e um dia ...o amor vencerá...
...Einstein...
Pelo sexto aniversário a Inês pediu como prenda de anos uma tartaruga, foi duas semanas antes. No fim de semana seguinte ao seu aniversário, quando esteve novamente com o pai, e ao receber a tartaruga como prenda recusou levá-la para casa, mesmo tendo brigado com a Rita para a segurar no caminho até minha casa. Batizaram-na de Einstein. O motivo que a Inês invocou para não a levar era o facto de ser um animal muito perigoso, feio, e muito barulhento. Einstein está bem de saúde, foi criada com todo o carinho pela Ana Lúcia por muito tempo, ela sabia o que representava para mim aquela tartaruga. Alguns anos depois passou a viver num pequeno lago na Ponte da Mata, cuidada em especial pelo meu sogro que adora animais. Cresceu em demasia, o lago tornou-se pequeno, esteve sempre só...Hoje está cá na aldeia numa outra casa, foi acolhida por outra familia, um outro menino, vive feliz num lago grande juntamente com outras tartarugas, está bem, só que nenhuma destas famílias da Ponte da Mata, deveriam ser a sua familia.
Sem comentários:
Enviar um comentário