Estamos a 3 dias da noite da consoada, aqui por casa mãe e filha estão na azáfama dos embrulhos das prendas de natal, para mim é apenas mais um natal que irei passar sem as minhas filhas; Já tudo tentei, já tudo fiz, mas não consigo normalizar a situação, tenho de ficar refém do futuro, acreditando que um dia tudo irá mudar. Ainda nem as suas prendas comprei, pois não consigo arrancar-lhes os seus desejos, amanhã vou ás compras, tentar acertar com aquilo de que gostam, e do que gostariam de receber este natal; sei que deus estará comigo na hora de escolher as suas prendinhas, para mim a minha felicidade reside no facto de fazer com que tenham uma noite feliz, mesmo que não esteja por perto, e fundamentalmente de que de uma forma ou de outra se lembrem do pai nessa noite. Não sei se irei aguentar o resto da vida longe delas, por vezes tenho vontade de partir, de ir para onde possa esquecer este sofrimento que sinto, não sei onde arranjar mais forças para sobreviver a esta contrariedade. Sei apenas que tenho duas filhas lindas que graças a Deus têm sobrevivido a esta situação, que são boas alunas, que estão perfeitamente inseridas na escola e que já me esqueceram, no caso da inês até diz que o pai é outra pessoa...será isto justo? claro que não é nem nunca será, mas é a triste realidade...
Menino Jesus, todos os anos te peço como desejo que me ajudes para que possa normalizar a minha relação com as minhas meninas, para mim pessoalmente não desejo mais nada, não me tens satisfeito o meu pedido, entendo que possas estar concentrado a realizar outros desejos mais urgentes que o meu, mas desta vez chegou mesmo a hora de me satisfazeres o meu pedido...quero que o realizes em 2011,não posso contar com mais ninguém apenas contigo, não te esqueças de mim.
Bom Natal para todos!
...Einstein...

Pelo sexto aniversário a Inês pediu como prenda de anos uma tartaruga, foi duas semanas antes. No fim de semana seguinte ao seu aniversário, quando esteve novamente com o pai, e ao receber a tartaruga como prenda recusou levá-la para casa, mesmo tendo brigado com a Rita para a segurar no caminho até minha casa. Batizaram-na de Einstein. O motivo que a Inês invocou para não a levar era o facto de ser um animal muito perigoso, feio, e muito barulhento. Einstein está bem de saúde, foi criada com todo o carinho pela Ana Lúcia por muito tempo, ela sabia o que representava para mim aquela tartaruga. Alguns anos depois passou a viver num pequeno lago na Ponte da Mata, cuidada em especial pelo meu sogro que adora animais. Cresceu em demasia, o lago tornou-se pequeno, esteve sempre só...Hoje está cá na aldeia numa outra casa, foi acolhida por outra familia, um outro menino, vive feliz num lago grande juntamente com outras tartarugas, está bem, só que nenhuma destas famílias da Ponte da Mata, deveriam ser a sua familia.
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