...Einstein...

...Einstein...
Pelo sexto aniversário a Inês pediu como prenda de anos uma tartaruga, foi duas semanas antes. No fim de semana seguinte ao seu aniversário, quando esteve novamente com o pai, e ao receber a tartaruga como prenda recusou levá-la para casa, mesmo tendo brigado com a Rita para a segurar no caminho até minha casa. Batizaram-na de Einstein. O motivo que a Inês invocou para não a levar era o facto de ser um animal muito perigoso, feio, e muito barulhento. Einstein está bem de saúde, foi criada com todo o carinho pela Ana Lúcia por muito tempo, ela sabia o que representava para mim aquela tartaruga. Alguns anos depois passou a viver num pequeno lago na Ponte da Mata, cuidada em especial pelo meu sogro que adora animais. Cresceu em demasia, o lago tornou-se pequeno, esteve sempre só...Hoje está cá na aldeia numa outra casa, foi acolhida por outra familia, um outro menino, vive feliz num lago grande juntamente com outras tartarugas, está bem, só que nenhuma destas famílias da Ponte da Mata, deveriam ser a sua familia.

sábado, 15 de novembro de 2014

Não posso alterar, mas posso lembrar.

Muito tempo, muito tempo passou até hoje, cada vez mais distantes as minhas filhas, não sei qual o rumo para alterar o actual estado das coisas, resta-me esperar. Ao longo dos últimos tempos os contactos são quase nulos ou inexistentes, mas sentia que prolongar os contactos forçados não era benéfico nem saudável para ninguém. Uns meses após a minha ultima publicação, recebi do tribunal de circulo um recurso da mãe a pedir o pagamento das custas do processo em partes iguais, mesmo depois de não cooperar com o tribunal de menores e de ter sido essa a causa de lhe serem imputadas as custas, o tribunal de circulo concordou, sendo então a seguinte situação: pedi ajuda ao tribunal de menores para ver as minhas filhas, que era no fundo o cumprimento da decisão no acordo de divórcio, o tribunal não conseguiu fazer cumprir a lei por falta de meios ou mecanismos, condenou a mãe por conduta pouco correcta, (foi este tribunal que acompanhou o processo e a equipa multidisciplinar da segurança social EMAT), mas depois uns outros tipos que nunca ouviram qualquer uma das partes ou motivações alteram a decisão (sentença); não interpus recurso, não era dinheiro a minha motivação mas sim o convívio com as minhas filhas, paguei, senti-me apunhalado pelas costas e decidi, alterar a postura, não tem valido a pena lutar tanto com tanta intensidade, pois não tem resultado.
 Visitava regularmente as minhas filhas na porta de casa, mas era sempre tenso, sentia que me desrespeitavam, até influenciadas pela mãe e avó, não quero viver esta violência, não quero que a vivam, decidi dar um tempo, forcei a separação mais longa, vou tentando saber se estão bem mesmo que seja muito difícil obter informações.
 Nos últimos meses a mãe foi despedida da mesma empresa onde trabalho, não comento nem quero saber de pormenores, terá de ser ela própria a encontrar as soluções para a sua vida, mantenho-me apenas atento, contactei o cpcj a informar da situação, pois pessoalmente nada posso fazer.
 Já contactei algumas vezes a minha filha mais velha num chat duma rede social, através de sms, nada mais lhe digo para além daquilo que sinto...saudades...carinho...etc.
 Vou manter-me assim, á distância á espera de um pequeno sinal, nunca irei esquecer que sou pai, pago religiosamente a pensão de alimentos que me foi imputada, e se não têm um pouco mais não me sinto culpado pois por diversas vezes tentei perceber o que podiam precisar, mas fazem sempre muita rejeição a tudo o que possa vir da minha parte, não posso obrigar, mas sabem que estou sempre disponível. Actualmente a Rita tem 16 anos e a Inês 11.
 Todo este processo foi uma enorme parvoíce, nunca quis forçar nada mas hoje arrependo-me, quis ser benevolente, pensei primeiro nas meninas e deixei que não fosse cumprido o acordo de divórcio, o tempo não volta atrás, mas se voltasse faria tudo diferente, forçaria ao cumprimento do acordo, enfim a falta de experiência e um coração grande demais levaram a má decisão.
 Não posso alterar, oactual estado de coisa apenas porque o quero, mas na minha mente mando eu,e posso lembrar do que foi, do que já não é, do que desejo que possa ainda ser.

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