...Einstein...

...Einstein...
Pelo sexto aniversário a Inês pediu como prenda de anos uma tartaruga, foi duas semanas antes. No fim de semana seguinte ao seu aniversário, quando esteve novamente com o pai, e ao receber a tartaruga como prenda recusou levá-la para casa, mesmo tendo brigado com a Rita para a segurar no caminho até minha casa. Batizaram-na de Einstein. O motivo que a Inês invocou para não a levar era o facto de ser um animal muito perigoso, feio, e muito barulhento. Einstein está bem de saúde, foi criada com todo o carinho pela Ana Lúcia por muito tempo, ela sabia o que representava para mim aquela tartaruga. Alguns anos depois passou a viver num pequeno lago na Ponte da Mata, cuidada em especial pelo meu sogro que adora animais. Cresceu em demasia, o lago tornou-se pequeno, esteve sempre só...Hoje está cá na aldeia numa outra casa, foi acolhida por outra familia, um outro menino, vive feliz num lago grande juntamente com outras tartarugas, está bem, só que nenhuma destas famílias da Ponte da Mata, deveriam ser a sua familia.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ana Rita, outro aniversário...


Já faz algum tempo que não escrevia nada neste blogue, tenho estado á espera de noticias que continuam a tardar em chegar, nada mais posso fazer, resta-me aguardar... Enquanto a justiça tarda, a vida não pára, e a Rita fez ontem doze anos, como o tempo passa e parece que foi ontem que nasceu. Na semana anterior ao aniversário insisti com a Rita, nos telefonemas que faço para me dizer se havia algo que gostaria de receber, como de costume não queria nada, dizendo para eu comprar o que quiser, mas depois lá teve uma pequena abertura, dizendo que gostaria de receber ou uma PSP ou a Wii; Ponderei, a Rita não tem tido um comportamento minimamente aceitável para comigo, para além do esforço financeiro que teria de fazer, pensei muito, se lhe deveria ou não oferecer uma destas coisas... decidi oferecer a wii, sei que comportamento para comigo não merece, mas a Rita é apenas vitima de toda a situação, talvez também sofra com tudo isto. Eu já fui criança, com poucas possibilidades para ter o que quer que seja, sentia-me inferiorizado em relação aos meus amigos, sobrevivi, mas há situações que nunca esqueci e nunca irei esquecer, quero evitar ao máximo que as minhas filhas passem também por isto, apesar de ter de fazer um esforço financeiro extra, resolvi comprar a wii, espero apenas que lhe possa proporcionar alguns bons momentos de distracção, no fundo à Rita mas também á Inês; a felicidade das minhas filhas, é o que mais desejo na vida.
à Rita, nesse dia nada pedi para mim, nem mesmo um obrigado, pedi apenas que se lembrá-se de contactar a avó e a madrinha, elas não têm culpa de nada e também sentem a sua falta; a avó, está velhinha e não vai durar toda a vida,só não quero que um dia se arrependam de não me ter ouvido. A vida não tem sido fácil para mim, mas sobreviverei a tudo isto, porque como disse ao Sr Dr Juiz...um dia, o AMOR vencerá...
A foto é da Última vez em cantei os parabéns á Rita...2007...

1 comentário:

  1. Também sou/fui companheiro de infortúnio. Mas já fiz o luto. Não vejo a minha filha há mais de seis anos. Para mim é como estivesse morta. Vivo como um doente crónico. A dor não passa mas aprende-se a viver com ela. Caso contrário um tipo dá em maluco. A vida é demasiado preciosa para se desperdiçar em lutas de Sísifo. Já pensei ter outro filho para compensar a perda, mas a idade da actual companheira já não ajuda. Quanto a tribunais, psicólogos e outros que tais. Não se iluda, tudo está contra si. A situação é digna de Kafka. No tribunal só vai gastar dinheiro e mesmo se lhe derem razão (probabilidade muito baixa) a mãe vai continuar a não cumprir e ninguém a vai incomodar. A questão é ideológica: feminismo. Você é homem e logo não tem direitos. Um escravo não pedia que um tribunal o reconhecesse como homem livre. A prática dos tribunais e da gente que julga é totalmente anti-pai. A conversa do “superior interesse da criança” é treta. O que conta é o superior interesse das mulheres/ mães. Quanto à malta da pedi e psi, muito cuidado! São charlatães e invocam pseudo ciência para o prejudicar. Você está a travar uma luta desigual, na qual as regras do jogo estão completamente adulteradas.
    Dê uma olhada em http://www.fact.on.ca/ Tem muita documentação sobre SAP e HAP. Não resolve mas ajuda a racionalizar e a perceber a nossa tragédia. Pode falar com a Maria Saldanha Pinto Ribeiro, técnica de mediação familiar, que escreveu “Amor de Pai”, livro que fala da SAP. Mas, repito, só para racionalizar a situação. Ninguém lhe vai dar a solução miraculosa. Essa, a existir, teria de passa por retirar a guarda dos filhos à mãe. Não há tribunal português que faça tal coisa. Seria um atentado à ideologia e à paxis judicial vigente.
    A minha experiência diz-me que a vida deve seguir em frente e que no futuro há 50% de hipóteses de os filhos voltarem para nós ou 50% de continuarem pela vida fora a odiarem-nos.
    Vale a pena tanta humilhação e dor, quando o resultado final é altamente incerto e pode, no final, ser totalmente contra aquilo que desejávamos? Tanto sofrimento para no fim o filho, ao chegar à idade da razão, dizer que mesmo assim não gosta nem gostará do pai? Faz sentido empenharmo-nos numa guerra que está perdida? Em prol da nossa consciência de pai? Pois sim, e o desgaste mental ao qual somos levados e que no limite pode dar loucura? Faz sentido??
    Os filhos e pais são para sempre, mas há poderes que podem obstar a essa relação e contra os quais não é possível lutar. Não se iluda. A vida deve seguir em frente
    Os melhores cumprimentos e muita coragem

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