...Einstein...

Pelo sexto aniversário a Inês pediu como prenda de anos uma tartaruga, foi duas semanas antes. No fim de semana seguinte ao seu aniversário, quando esteve novamente com o pai, e ao receber a tartaruga como prenda recusou levá-la para casa, mesmo tendo brigado com a Rita para a segurar no caminho até minha casa. Batizaram-na de Einstein. O motivo que a Inês invocou para não a levar era o facto de ser um animal muito perigoso, feio, e muito barulhento. Einstein está bem de saúde, foi criada com todo o carinho pela Ana Lúcia por muito tempo, ela sabia o que representava para mim aquela tartaruga. Alguns anos depois passou a viver num pequeno lago na Ponte da Mata, cuidada em especial pelo meu sogro que adora animais. Cresceu em demasia, o lago tornou-se pequeno, esteve sempre só...Hoje está cá na aldeia numa outra casa, foi acolhida por outra familia, um outro menino, vive feliz num lago grande juntamente com outras tartarugas, está bem, só que nenhuma destas famílias da Ponte da Mata, deveriam ser a sua familia.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
...esperar, esperarei o tempo que fôr necessário, mas não havia necessidade de ser assim!
Dia 08/12/2009 01:49, aqui estou eu por casa, fazendo esse exercicio tão normal e vulgar em mim que é pensar em vocês. Á tarde falei com vocês pelo telefone, aquele beijito curto de sempre, pois não tem sido fácil passar daí, a Rita normalmente "despacha-me", tal como fez questão de dizer a mãe numa das ultimas sessões no NUSIAF. Lamento que toda esta situação tenha evoluído da forma que evoluíu, nunca foi o que pretendi, gostava que tivesse sido bem diferente, pois todos estariam melhor, não tenho a menor dúvida, mas também não tenho encontrado caminhos para alterar a situação. Mais um natal passará diferente do que desejo, e, embora o passe em família com pessoas que adoro, que me tratam muito bem, em suma que me estão no coração, vai fazer-me falta o vosso sorriso, a vossa alegria... Sei, que onde estão nessa noite estarão bem, espero que apesar de tudo não sintam a minha falta, pois não quero que sofram, perfiro viver esta tristeza sozinho. É muito injusto, o funcionamento dos tribunais e outras instituições que acompanham casos como o meu, já lá vão mais de três anos de angústia, e tristeza, eu não procuro nada de mais, só quero ser pai. Sei que nesta vida, tudo se pagará por cá, talvez eu esteja também a pagar por algo, mas não creio que mereça algo assim tão dificil de suportar. Filhas, Rita e Inês, o pai vai esperar por vocês o resto da vida, e se morrer antes, levar-vos-ei no meu coração, porque vos amo...
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Pedro, estes seus relatos ... parece que estou a olhar-me ao espelho! Cada palavra sua, derramei uma lágrima....são lágrimas de dor...por compreender a sua dor e por estar devastada com a minha.
ResponderEliminarFalta-me tudo, acho que morri por dentro...o que me move, é apenas a esperança de ter as minhas meninas de volta e voltar a sorrir.
Será que saberei voltar a sorrir?
Carla Duarte....Évora
caisdu.2@gmail.com (facebook)